Você tem um negócio ou está querendo abrir uma empresa e já está pensando em colocar o nome de alguém para levar o nome da sua marca?
Saiba que essa escolha é muito comum e que é possível, sim, colocar o nome do dono ou até mesmo o de uma pessoa que você quer homenagear.
Para isso, é muito importante atentar-se para a legislação, entender como funciona o processo de escolha do nome, além de fazer o registro de marca da sua empresa para garantir a exclusividade. Entenda mais no artigo!
COMO FUNCIONA O PROCESSO DE ESCOLHA DO NOME
Escolher o nome de uma empresa é um dos principais processos para quem está tirando uma ideia de negócio do papel.
Afinal, o nome é a porta de entrada para sua empresa. Ele também funciona como um cartão de visitas e representa aquilo que você quer passar para seus clientes e para o mercado em geral.
Por conta dos nomes, inclusive, várias empresas conseguiram alcançar muito sucesso, tornando-se marcas conhecidas no mundo inteiro.
O processo para escolha de nome de marca chama-se naming e diz respeito a uma série de estratégias e etapas. Ele considera também fatores intuitivos e emocionais, que auxiliam na escolha do nome da empresa.
É muito importante considerar esse processo, principalmente para ter um respaldo técnico no momento de escolher um nome que vai acompanhar o seu negócio.
Algumas dicas para essa definição incluem:
a escolha por um nome curto e fácil de lembrar;
considerar sempre as preferências e o perfil do seu público de interesse
conferir, por meio de uma pesquisa gratuita, se o nome que você quer está disponível para registro no seu segmento de atuação.
O proprietário da empresa também pode optar por um nome próprio, usando o nome do dono, ou que faça homenagem a alguém conhecido.
SAIBA A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO DE MARCA PARA NÃO PERDER O DIREITO DE USO
Antes de bater o martelo pela escolha do nome, é muito importante que o empreendedor planeje o registro da marca. Dessa forma, você garante o seu uso exclusivo. Para isso, deve-se conhecer o passo a passo para registrar uma marca.
Ao registrar a marca, processo que se realiza pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, uma autarquia ligada ao Ministério da Economia, garante-se uma série de benefícios.
- Ter exclusividade, no Brasil, para uso do nome escolhido;
- Reforçar a identificação do cliente com a sua marca;
- Aumentar a credibilidade perante o mercado, incluindo concorrentes;
- Além de cumprir as normas estabelecidas pela Lei da Propriedade Industrial.
Esse registro, inclusive, pode e deve ser feito por grandes empresas, que já estão atuando há anos no mercado. Além, é claro, por microempreendedores individuais – MEI que estão começando agora o seu negócio. Quanto antes, melhor!
A decisão de fazer o registro de marca é muito importante, pois resguarda a empresa de alguns problemas que podem vir a ocorrer.
Dentre eles, estão a possibilidade de uma outra empresa, que tenha o mesmo nome que você e atue no mesmo segmento, registrar a marca primeiro e acionar a justiça por uso indevido. Com isso, obrigando você a parar de usar a sua marca.
Situações como essa são extremamente desgastantes e podem trazer diversos outros problemas, principalmente relacionados à imagem do seu negócio.
É muito importante, ainda, contar com uma empresa de registro de marca. Isso porque ela entende toda a legislação a respeito e conhece o processo que é feito junto ao INPI, de maneira a evitar atrasos ou perda de prazos.
Além, é claro, de ser muito importante realizar a consulta da disponibilidade do nome ou marca que você gostaria de usar, antes de se iniciar o registro.
REGRAS DO INPI PARA REGISTRAR MARCAS COM NOMES PRÓPRIOS
Agora que você já sabe a importância do processo de escolha do nome e do registro da sua marca, vale chamar sua atenção para um caso muito comum nesse contexto: quando o dono do negócio decide escolher um nome próprio para a empresa.
Uma pesquisa, inclusive, fez um levantamento interessante que mostrou que marcas que levam o nome do dono lucram mais.
A hipótese é de que o ato de colocar o nome próprio passa uma ideia de segurança sobre o seu negócio. Dando a entender, assim, que a pessoa não colocaria seu próprio nome naquilo que poderia vir a fracassar.
Geralmente, ao escolher um nome próprio para uma marca, há questões pessoais e/ou sentimentais envolvidas ou até mesmo a intenção de criar uma proximidade e humanização da marca.
A escolha pode se relacionar, por exemplo, ao fato de o nome do dono ser forte e conhecido, motivo pelo qual os clientes já o associem automaticamente ao negócio.
Ou também quando há a pretensão de homenagear alguém da família, como uma avó que fazia receitas maravilhosas. Dessa maneira, seria natural escolher o nome dela para uma padaria ou confeitaria.
Mas para realizar esse registro é preciso estar atento à legislação. De acordo com o Art. 124, inciso XV, da Lei de Propriedade Industrial, não se pode registrar: “o nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do titular, herdeiros ou sucessores”.
Isso quer dizer que o nome só tem permissão para registro se houver o consentimento da própria pessoa. Em caso de ela já ter falecido, a autorização deve vir dos seus herdeiros ou sucessores.
MARCAS CONHECIDAS QUE ESCOLHERAM O NOME DO DONO
Sem dúvidas, quando se fala em marcas famosas, reconhecidas e de qualidade, diversos nomes vêm à sua mente.
E algumas, provavelmente, você nem imagina que levam o nome do dono ou de uma pessoa, como um sócio ou familiar. Veja os exemplos destas marcas amplamente conhecidas:
MCDONALD’S
O nome da marca de fast food mais famosa do mundo surgiu da junção dos nomes de Maurice “Mac” e Richard “Dick” McDonald. Esses são os irmãos que criaram o conceito da lanchonete nos anos 1940, na Califórnia, EUA.

Eles compraram máquinas de Raymond Kroc, um vendedor que achou muito interessante o tipo de negócio que eles criaram. Anos depois, acabou comprando o nome McDonald’s e instalou franquias por todos os cantos.
ADIDAS
A Adidas também é uma marca que tem um nome próprio por trás, fazendo referência a seu fundador, Adolf Dassler. Ele começou a fabricar calçados esportivos quando retornou da Primeira Guerra Mundial.

Adidas, no caso, é a junção do seu apelido, Adi, e das três primeiras letras de seu sobrenome, Das.
NESTLÉ
A marca suíça Nestlé também carrega o sobrenome de seu fundador, Henri Nestlé, um farmacêutico alemão que realizou diversas pesquisas a respeito da desnutrição infantil.

C&A
Apesar de não ser um nome completo, a loja de departamentos C&A também carrega um nome inspirado nos seus fundadores, os irmãos Clemens e August Brenniskmeyer. Eles pertenciam a uma família de comerciantes de linho e produtos têxteis no século XVII. Ao fundar a empresa, os irmãos escolheram colocar as iniciais do primeiro nome de cada um.

JACK DANIELS
Outra marca muito conhecida, especialmente pelos apreciadores de bebidas é a Jack Daniels. Trata-se da junção do sobrenome do seu fundador, o americano Jasper Newton Daniel, e do seu apelido, Jack.

Portanto, escolher para a empresa o nome do dono ou um nome próprio de alguém é permitido, desde que se respeite a legislação.
Essa escolha deve ser feita com muito cuidado e pesquisa. Além disso, é indispensável o registro da marca, caso queira proteger ainda mais o nome do seu negócio e fortalecê-lo no mercado!